Instituição Campineira oferece abraços sinceros a voluntários de alma leve e vontade de ajudar
“Abraçar é dizer com as mãos o que a boca não consegue. Porque nem sempre existe palavra para dizer tudo.” Mario Quintana
Dizem os letrados que as palavras traduzem sentimentos, mas há casos em que nem as mais belas construções verbais são capazes de fazer jus ao que sentimos. Como, por exemplo, converter em palavras o aconchego e a segurança experimentados a partir de um abraço sincero? Pois é justamente em abraços que penso quando falo da Instituição Assistencial Dias da Cruz, uma associação civil sem fins lucrativos e de inspiração espírita que presta serviços sociais para a comunidade do Jardim Eulina, em Campinas (SP). Foi conhecendo a instituição que eu finalmente entendi que o que é sentido, nem sempre é traduzido.
Minha história de amor com a Dias da Cruz começou a partir de uma visita informal, inicialmente agendada para que eu pudesse conhecer as dependências físicas da instituição e o trabalho realizado por ela desde 1971. O local é bastante agradável; o terreno amplo e arborizado automaticamente faz com que o visitante sinta um leve bem-estar. Logo pude saber que ali são oferecidos diversos serviços de saúde integrativa que visam atender e melhorar a qualidade de vida da população local.
Dentre todas as opções de atendimentos e serviços me chamou mais a atenção o trabalho realizado pela Creche Pingo de Luz. Criada em 1996 para suprir a demanda de vagas na rede municipal de ensino, a creche recebe alunos na faixa etária entre 1 ano e meio e 06 anos e tem o objetivo de oferecer às crianças um desenvolvimento integral, respeitando sua identidade e estimulando características fundamentais para a formação de um pequeno cidadão.
E foi andando pelos corredores do local que o coordenador da Instituição, o fisioterapeura Carlos R. Bilharinho Jr, disse-me: “Preste atenção, daqui a pouco você vai começar a ser abraçada!” A fala do coordenador foi natural e soou como a constatação de algo que, para ele, parecia normal e corriqueiro dentro da rotina de trabalho. O que aconteceu em seguida não fugiu ao “alerta’ dele, uma das crianças aproximou-se de mim, perguntou-me se eu estava lá para trabalhar com eles e, subitamente, me abraçou. Foi um abraço apertado e carregado de expectativas, sentimentos, e talvez até mesmo de carências… O abraço era um um sinal sendo transmitido: o amor é bem-vindo neste espaço! E este poderoso primeiro contato físico foi a autorização para que outras crianças do entorno também percebessem na minha visita a possibilidade da troca afetiva, da ampliação dos olhares brilhantes e da exibição daqueles sorrisos de dentes de leite que sempre parecem mais abertos e sinceros do que os nossos.
Do abraço coletivo e desse encontro com almas puras ficou o desejo de mostrar a cada vez mais gente o resultado desse sonho posto em prática pelo psiquiatra Wilson Ferreira de Mello há quase 50 anos e que perdura em essência e existência com a ajuda constante de cidadãos como você e eu, pessoas que sabem que a vida de alguém pode ser tocada de muitas formas.
Assim, em nome da Instituição Assistencial Dias Cruz, transmito o convite para que pessoas que têm interesse em “abraçar uma causa” realizem uma visita a esse cantinho de amor. Vale um café descompromissado, uma troca de ideias com a equipe e, com sorte, a possibilidade de um abraço.
Fonte: Conti Outra